Psilocibina mostra potencial contra sintomas do TOC em novo estudo piloto

O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) conta com um leque limitado de opções terapêuticas eficazes. Pesquisas recentes sugerem que a psilocibina pode ter potencial terapêutico para o TOC, reforçando a urgência de novos estudos clínicos em humanos.

Um estudo piloto conduzido por pesquisadores do Imperial College London, da Universidade da Califórnia e da Universidade de Cambridge investigou o impacto da substância em indivíduos com TOC. Participantes com diagnóstico de TOC moderado a grave receberam duas doses únicas orais de psilocibina (1 mg, seguida de 10 mg), administradas em ordem fixa, com intervalo de quatro semanas entre as doses. Eles foram avaliados ao longo de 1 mês após cada administração.

No total, 18 adultos (entre 20 e 60 anos) participaram do estudo e completaram todas as avaliações. Um efeito significativo foi observado uma semana após a administração da dose de 10 mg de psilocibina. Esse efeito foi diminuindo progressivamente ao longo das três semanas seguintes. A psilocibina foi bem tolerada, com poucos efeitos colaterais em ambas as doses e nenhum evento adverso grave.

Embora o estudo tenha limitações, como número pequeno de participantes e a ausência de randomização, a dose de 10 mg de psilocibina mostrou-se segura e potencialmente eficaz em pacientes com TOC. Os pesquisadores observaram um efeito rápido nos sintomas compulsivos, que durou até uma semana. Eles sugerem que novos ensaios clínicos randomizados e controlados por placebo testem regimes prolongados, com múltiplas doses semanais de 10 mg, não apenas para o TOC, mas também para outros transtornos relacionados a compulsões.

Referência

Pellegrini L, Fineberg NA, O'Connor S, De Souza AMFLP, Godfrey K, Reed S, Peill J, Healy M, Rohani-Shukla C, Lee H, Carhart-Harris R, Robbins TW, Nutt D, Erritzoe D. Single-dose (10 mg) psilocybin reduces symptoms in adults with obsessive-compulsive disorder: A pharmacological challenge study. Compr Psychiatry. 2025 Jul 1;142:152619. doi: 10.1016/j.comppsych.2025.152619. 


Disponível na íntegra:

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0010440X25000471#ab0005

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